Meus botões;
Eu estou com essa necessidade meio estranha de escrever. Veja ás horas, 03:07. Um bom horário para chorar as pitangas. Ora, não me olhe assim, eu sei que você estava assistindo ao noticiário apenas para passar o tempo, me esperando chegar com novidades. Bem, eu tenho algumas.
Sabe, eu passei o caminho todo de volta, que não leva mais do que 25 á 30 min. pensando em motivos afáveis ou não tão afáveis (afinal ele não vai prestar tanta atenção) para telefonar. Acho que se eu ligasse agora ele ainda atenderia, com uma voz de sono, mas aquela voz que eu gosto tanto, meio rouca. Ai, eu estou falando dele denovo e você já está me olhando de canto, como se quisesse dizer: Essa história eu já vi, revi e não gostei do fim. Eu também não gostei, alias, eu odiei. Viu, eu disse que não era tão tarde para as pitangas, uvas, morangos. Lembrei que tem morangos na geladeira, se quiser...tem creme de leite. Bom, eu sei que você adora morangos.
Bem, eu estou meio entristecida. Mas não é entristecida totalmente, apenas uma parcela, 20% vai. Na verdade é uma falta, eu acho que sinto falta da minha rua, nessa época do ano ela está cheia de folhas no chão, enfeites, falta daquele céu, lá o céu é outro, você não sabia. Falta de um punhado de coisas. Algumas fiz questão de esquecer, outras eu bem que queria ter trago, mas não deu.
Tudo bem. É meio contrangedor você me olhando assim, prestando atenção, você nunca presta atenção, e talvez seja por isso que eu goste de lhe contar, você não palpita. Mas hoje você está mesmo ouvindo. Está? Eu sei que está, foi só pra ter certeza. Acho que o telefone não está funcionando. Está quebrado. Melhor, a linha está desligada. Não peguei a conta. O quê? Você pagou? Que saco, eu só queria um motivo idiota para não ligar. Já sei, está tarde. Alias, muito tarde. Eu vou dormir. Vamos? Amanhã conversamos.
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