quinta-feira, 24 de setembro de 2009

-Tempo de chuva;

Você é testemunha que tentei, tentei mais vezes do que pude aguentar.
Ás vezes eu o esquecia em alguma esquina, o deixava sempre ao lado
de algum poste (um ponto de referência), mas depois de um tempo
lá ia eu busca-lo, e ele vinha perguntando onde eu estive nos meus pensamentos.
Conheci alguns caras, só se diferenciavam uns dos outros pelo nome e a cor de cabelo, por dentro o mesmo vazio, a mesma cor. Um ou outro até me encantei, por um tempo eu pensei que não sentia mais a falta do outro dentro do armário, mas a noite ele arranhava a porta e deixava bilhetes cheios de erros ortográficos colados na geladeira (não custa nada deixar mais humorado).
Uma vez cheguei a deixa-lo fora de minhas idéias por mais de um mês, mas o lugar foi ocupado por um idiota e convenhamos, melhor o garoto da cidade (pequena) do que um idiota. Então eu não me incomodei em tê-lo de volta. Pensei que se ele sempre esteve aqui, sempre, talvez pudéssemos nos ver, um café, um pôr do sol, nada demais. Mas o que me fez pensar que ele apareceria dessa vez? Ele nunca aparece (olhe as pitangas outra vez).
Ótimo, o tempo está ruim mesmo, o que eu faria naquela cidade em uma quinta-feira, dia de bar? Não seja boba, eu não trocaria o cara dos meus pensamentos por ele. O cara que existe aqui ainda me olha diferente, lê Carlos Drummond de Andrade para termos assunto e me liga em madrugadas.

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